Feira de e-commerce - Rafaela Duque Blog

Fui à Feira… de e-Commerce

Nos passados dias 30 e 31 de Outubro estive no e-Show Madrid, a maior feira de e-Commerce do Sul da Europa.

Dois dias inteiros, com mais de 320 expositores, desde Amazon, Shopify, Prestashop, agências de Marketing, provedores de pagamento, tecnologia, AI… (e para o ano serão ainda mais). Muita coisa a acontecer e muito para conhecer. Além de tudo isto, a feira contou ainda com mais de 350 palestrantes em 19 (sim, leste bem, dezanove) espaços com palestras a decorrer em simultâneo.

Como podes imaginar, era impossível acompanhar tudo, o que fazia com que fosse necessário programar o teu dia e escolher a que palestras querias assistir, deixando ainda algum tempo livre para visitar os stands e fazer algum networking.

Para mim, o mais incrível é perceber como Espanha está mais avançada que nós em termos de e-Commerce, mas tem dores semelhantes às de Portugal. Temos muito a aprender com nuestros hermanos.

No entanto, não estás aqui para conversa fiada! Estás aqui para ler sobre o que vi e ouvi e quais os principais insights que trouxe comigo. Olho agora para alguns dos apontamentos e a coisa está meia desconexa, mas aqui vai o máximo suminho:

Amazon

Estar na Amazon não pode ser “set and forget”. É um marketplace mundialmente conhecido, uma excelente forma de vender para outros mercados, mas precisa de ser bem trabalhado para trazer retorno:

  • Cria oportunidades – novos lançamentos, produtos da estação, best sellers, etc – trazem-te maior exposição e é mais atrativo para o consumidor;
  • Estratégia de preço – diferente por canal, para evitar a canibalização;
  • Anúncios – Amazon Display para captar audiência; sem anúncios vai ser mais difícil ter resultados;
  • Analytics – enquanto Vendor deves estar atento a Brand Analytics e enquanto Seller deves olhar para os últimos 3 meses ;
  • Fonte de vendas – marca ou produto;
  • Vídeo – formato que está a ser potenciado pela plataforma;
  • Rentabilidade – avalia-a de forma global, por marketplace (se estiveres em mais que um) e por SKU.

Internacionalização

Uma das formas mais utilizadas pelas empresas para crescer é começar a vender em novos mercados, saindo das fronteiras do país onde está sediada. No entanto, o sucesso ou insucesso desse crescimento vai depender de múltiplos fatores.

Em duas das muitas palestras desta feira de e-Commerce tirei dois tópicos importantes:

Erros mais comuns

  • Falta de planeamento da entrada no mercado;
  • Não estudar a concorrência;
  • Não estudar o mercado e as diferenças/unicidades culturais;
  • Não conhecer que serviço se ajusta às necessidades/realidade;
  • Diferenças nas temporadas e festividades locais;
  • Não recorrer a profissionais com experiência em e-Commerce.

Internacionalizar via Marketplace

Análise de categoria no mercado alvo

  • Entender os volumes e a concorrência;
  • Ticket médio;
  • Sazonalidade (tendências de busca).

Análise de custos

  • Custos administrativos e legais (IVA, etc);
  • Logísticos (stocks e envios);
  • Assegurar que o PVP está dentro do ticket médio, com todos os custos.

Análise de catálogo

  • Comportamento dos produtos em cada mercado;
  • Estratégia de branding e publicidade por mercado.

Diversificação

  • Margem por marketplace;
  • Segmentar catálogo por canal.

Amazon Advertising

  • Brand awareness em novos mercados.

Produtos VS Marca

  • MOF e BOF;
  • Há categorias em que a marca é mais importante (p. ex. saúde e beleza) e há categorias em que o produto é mais importante.

Outros Tópicos

UGC – User Generated Content

Este tipo de conteúdo permite a conexão com pessoas reais: clientes embaixadores da marca atraem novos clientes para a marca. Aqui, a autenticidade é rainha.

Recorrer a UGC traz-nos quatro vantagens:

  • Inspiração;
  • Geração de confiança;
  • Melhorar o engagement;
  • Aumentar as conversões.

Entretanto, há 3 tendências para 2024 relacionadas diretamente com este tema:

  • Aumento do conteúdo em vídeo: live streaming, vídeo interativo, realidade aumentada;
  • IA Generativa: acelera as opiniões dos clientes, ajuda à personalização e automatização e consegue processar linguagem natural (estamos a falar com um chatbot, mas não parece);
  • Infused Ads: utilizar UGC em anúncios da marca nas redes sociais.

Influencers

Quais são os erros mais comuns ao trabalhar com influenciadores:

  • Ter em conta apenas o número de seguidores;
  • Não trabalhar de mãos dadas com o influenciador;
  • Não rever a campanha antes de ser publicada;
  • Falta de planificação temporal;
  • Não estar claro o que vamos medir.

Devoluções

As três principais razões de devoluções, de acordo com a DHL:

  1. Medidas/tamanho;
  2. Erro do cliente no pedido/erro da empresa no envio;
  3. Produto danificado/desilusão.

IA – Inteligência Artificial

Claro que não podia deixar passar em branco o tema do momento. A IA enquanto ferramenta para e-Commerce mostra um futuro muito promissor:

  • Ultra personalização da ficha de produto ao cliente;
  • Criação de imagens com DALL-E;
  • e-Commerce conversacional, sugerindo produtos ao cliente tendo em conta dados de CRM, as suas preferências e o stock dos artigos.

Eu sei que isto assim parece pouco, mas a apresentação que eu vi era surreal e não a consigo colocar em palavras. É uma tecnologia em desenvolvimento, mas que vai revolucionar as lojas online como as conhecemos.

Expositores a destacar

Com mais de 320 expositores nesta feira de e-Commerce, não era fácil visitar todos, além de que nem todos eram interessantes para mim. Ainda assim, partilho a minha lista contigo:

  • Amazon Shipping
  • Channable
  • Década
  • Doofinder
  • euPago
  • Floa
  • Klarna
  • Ontranslation
  • Revi.io
  • Roicos

E é tudo! Espero que tenhas gostado do meu resumo e que te tenha ajudado a tirar pelo menos um insight novo.